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Imagem: DragonImages, de envatoelements

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02/02/2021

Após um ano predominantemente de ensino remoto, pais de alunos se preparam para a volta às aulas no próximo mês. Para ajudá-los a tomar decisões neste momento, o EXTRA ouviu diversos especialistas e tirou 20 dúvidas a respeito de um retorno presencial seguro.

— Lidar com o medo faz parte do aprendizado, em qualquer fase do desenvolvimento. E, na experiência de uma pandemia, quando o medo fica exacerbado e a situação de crise nos desestabiliza, é fundamental que sigamos com cuidado e responsabilidade, considerando atentamente tudo que está sendo colocado em risco. Cada família vai precisar entender o que é possível nesse momento e quando a escola caminha junto, outras possibilidades aparecem que, talvez, a família nem tinha percebido que existiam — afirma Paloma Bastos, pedagoga e coordenadora pedagógica do Laboratório Inteligência de Vida.

Para este tira-dúvidas, EXTRA ouviu a pneumologista da Fiocruz Patrícia Canto, coordenadora do grupo de trabalho Retorno Escolar da instituição; o virologista da UFSM Eduardo Flores; e a educadora Andrea Ramal.

Tira-dúvidas

1)Quantos alunos em sala de aula é seguro para que eu considere mandar meu filho? Qual o distanciamento adequado entre as carteiras?
O número de alunos depende do tamanho das salas. As carteiras devem ter uma distância mínima de 1 metro e meio em todas as direções e entre estas e o professor.

2)As escolas podem manter o ar-condicionado ligado ou devem deixar as janelas abertas nesse verão? Adianta, por exemplo, deixar o ar ligado com as janelas abertas?
O ideal é a ventilação natural com janelas e portas abertas. O virologista da UFSM Eduardo Flores afirma que deixar o ar-condicionado ligado com as janelas abertas podem ser uma alternativa segura.

3)Quantas máscaras eu devo enviar para o meu filho usar ao longo de um turno de 6 horas? Considero uma máscara a cada 3 horas mais uma ou duas extras?
As máscaras devem ser trocadas sempre que estiverem úmidas ou sujas, o que pode ser com uma frequência de menos de 2h, em especial para alunos menores e professores, já que a fala gera grande emissão de gotículas, além do suor. Além disso, recomenda-se a troca das máscaras após sua retirada, como por exemplo durante as refeições. Sempre levar 2 máscaras extras para qualquer eventualidade. Não esquecer da higienização das mãos antes de retirar e antes de colocar as máscaras e o adequado acondicionamento delas em sacos, evitando que fiquem sobre as mesas ou cadeiras.

4)Cada aluno deve levar sua própria água ou pode usar o bebedouro?
Bebedouros não devem ser utilizados diretamente, apenas para o abastecimento de copos ou garrafas próprias. Aqueles bebedouros antigos em que o aluno colocava a boca diretamente na fonte de água devem ser abolidos.

5)Como fazer na hora do lanche? Todos podem comer no refeitório juntos?
O ideal é escalonar os horários para evitar grande número de estudantes juntos ao mesmo tempo. Uma alternativa é cada turma lanchar na sua própria sala, com janelas abertas. Se optarem por refeitório, não colocar cadeiras a menos de 1 metro e meio, sem que fiquem alunos frente a frente e com mesas pequenas, higienização frequente dos espaços e das mãos ao entrar e sair dos refeitórios.

6)Escolas que têm cantina podem mantê-las abertas ou é melhor o aluno levar o que vai comer de casa?
Cantinas podem ser local de aglomeração na hora dos intervalos. É melhor que cada aluno e funcionário leve seu próprio lanche.

7)Todo aluno com comorbidade deve evitar a volta presencial? Doenças respiratórias comuns como bronquite e asma são consideradas comorbidades?
Asma e bronquite leves e controladas não são consideradas fatores de risco aumentado para Covid-19. Alunos ou professores com comorbidades como diabetes e hipertensão e também com mais de 60 anos devem ter priorizado o trabalho ou ensino remoto. “Nesse ano ainda não vejo alternativa a não ser o ensino híbrido, em que há a disponibilização de aulas remotas e presenciais. É fundamental e necessário”, afirma a pneumologista Patrícia Canto.

8)Os professores devem dar aula de máscara? Falando alto para ser ouvido na sala de aula, a máscara não ficará logo molhada?
Sim, os professores devem utilizar máscaras e estas devem ser trocadas com maior frequência em decorrência da umidificação pela fala. Máscaras extras contemplando todo o turno de aulas devem ser garantidas para a maior segurança de alunos e professores.

9)Basta meu filho ficar de máscara ou seria importante que ele usasse também face shield para proteger também os olhos?
Não há necessidade do uso de face shield. Importante o uso de máscaras, sendo trocadas com no máximo 4h de uso ou menos, dependendo das condições, e a higienização das mãos frequentemente.

10)As escolas que têm piscina podem utilizá-la? E as atividades extracurriculares, como esportes?
Cada município tem sua regulamentação em relação ao uso de piscinas. “No meu entendimento, são locais sem uso de máscara e em que alunos estão mais próximos uns dos outros, não sendo recomendado nesse momento”, diz Canto. Flores afirma que não há problemas “caso o distanciamento entre as crianças seja controlado”. Aulas extracurriculares que implicam muito contato físico também não são recomendadas neste momento de aumento de casos.

11)Devo mandar meu filho no transporte escolar ou é melhor evitar por conta de juntar muitas crianças num só veículo?
O virologista da UFMS afirma que o melhor é evitar o transporte coletivo para diminuir a exposição a mais crianças. Portanto, caso seja possível, use o transporte privado.

12)Se um aluno ou o professor da turma testar positivo, todos os alunos daquela turma devem cumprir quarentena de 14 dias em casa?
A turma deve permanecer em isolamento domiciliar e poderá retornar à escola após 14 dias desde o último dia que teve contato próximo com alguém com infecção por Covid-19 (suspeita ou confirmada). Caso alguém desenvolva sintomas, o tempo de isolamento dependerá da data do início dos sintomas e da gravidade do caso.

13) No caso de crianças sem obrigatoriedade de frequentar escola, como equilibrar a balança "medo da pandemia" e "impacto emocional e social da quarentena"? Melhor mandar para a escola ou esperar mais?
A pneumologista Patrícia Canto afirma que cada família deve estar muito atenta aos sinais de sofrimento emocional de seus jovens. “Escola precisa ser encarada como essencial. Não podemos negligenciar mais um ano em que nossos alunos ficaram privados desse direito, aumentando as desigualdades e vulnerabilizando ainda mais uma grande parcela de nossa sociedade”, diz.

14)Há influência do plano de imunização no retorno às aulas presenciais?
Não podemos condicionar o retorno às aulas à vacinação, diz Canto. “Esse condicionamento deve estar relacionado a condições de biossegurança das escolas e aos indicadores epidemiológicos que demostrem que há possibilidade de aulas presenciais com segurança, em especial redução da transmissão da Covid-19 na região, disponibilidade de rede assistencial para possível incremento de casos e capacidade de realizar rastreamento de casos e contatos”, diz a especialista. Já Eduardo Flores afirma que o processo de imunização da população vai facilitar a volta com menos resistências. Crianças não vão receber a vacina por enquanto. As vacinas não foram testadas até agora e é necessário aguardar os testes. A Anvisa liberou as duas vacinas para maiores de 18 anos.

15)Como evitar que as crianças compartilhem objetos?
Segundo a educadora Andea Ramal, as crianças na educação infantil são incentivadas a compartilhar os brinquedos, mas com a disseminação do vírus é preciso ter cautela. “As escolas podem promover ações educativas explicando para as crianças sobre a pandemia e porque é importante que elas brinquem com seus próprios brinquedos. Uma dica é os pais evitarem que os filhos levem para a escola brinquedos ou objetos difíceis de serem higienizados”, afirma.

16)A partir de qual idade é considerado seguro que a criança leve seu próprio frasco de álcool gel?
A Anvisa publicou um documento que alerta a população sobre o aumento dos casos de intoxicação por álcool em gel durante a pandemia, principalmente em crianças. A recomendação é lavar as mãos das crianças com água e sabão, afirma Andrea Ramal. O uso do álcool gel deve ser restrito apenas para as ocasiões em que a lavagem das mãos não for possível e o produto deve ser mantido fora do alcance das crianças entre 1 e 5 anos de idade. Caso a utilização seja necessária, deverá ser feita com supervisão do responsável.

17)No caso de criança com idade inferior à da obrigatoriedade, a escola pode matricular em qualquer mês do ano?Ou ela tem direito de cobrar pelo ano todo, mesmo que a criança só entre no meio?
As crianças menores de 4 anos de idade podem ser matriculadas em creches em qualquer mês do ano. Se a criança entrar em uma creche particular no meio do ano, por exemplo, os responsáveis pagam apenas o período de ingresso em diante.

18)As escolas são obrigadas a apresentar aos responsáveis teste de Covid dos professores? E elas são obrigadas a testar os professores com alguma frequência?
Não há nenhum tipo de obrigação nesse sentido.

19)As escolas serão obrigadas a manter a opção de ensino remoto ou elas podem dizer que só oferecerão o presencial?
Não. As escolas estão liberadas a oferecer apenas ensino remoto para aqueles que desejem, mas não são obrigados. Alunos da rede privada poderão trocar de escola caso não tenham esse desejo atendido. Já a rede pública ainda não divulgou seus planos de volta presencial.

20)Algumas mães de crianças pequenas, mas que estão já no período de obrigação de ir à escola, desmatricularam os filhos no ano passado porque eles não conseguiam acompanhar aulas online. Como remediar a situação junto ao Conselho Tutelar? Quais os direitos e deveres destes pais?
Os pais têm direito à opção de não colocar seus filhos na escola até os quatro anos. A partir daí e até os 17, têm o dever de manter o filho na escola, sob pena de responderem pelo crime de abandono intelectual. Se o conselheiro souber que os pais não matricularam os filhos na escola, após os 4 anos, pode considerar negligência e os pais poderão sofrer medidas protetivas. Os pais que desmatricularam as crianças em idade escolar obrigatória nessa quarentena devem procurar uma escola para eles o quanto antes sob o risco de responderem por abandono intelectual. Já aqueles que foram acionados pelo Conselho Tutelar precisam seguir as orientações do conselheiro.
Jornal Extra, escrita por Bruno Alfano

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